Uma e quinze da tarde, de uma manhã qualquer, eu em casa, começando a coar um café forte ao mesmo tempo em que procurava pelos meus óculos, regava a samambaia e servia o café da manhã dos meus oito felinos-filhos. Toca o telefone. Merda. Odeio quando o telefone toca e eu estou ocupada. Mesmo porque, quando o telefone toca aqui em casa, há uma gigantesca chance de que seja telemarketing, uma das maiores abominações do mundo moderno. Essa gente chata, pedindo donativo, vendendo purificador de água ou um plano imperdível de telefonia celular. E nem celular eu tenho! Não sei como eles continuam ligando depois das maldades que já fiz com alguns deles. Mas isso eu conto outro dia. Uma coisa, contudo, eu já aprendi sobre telemarketing: eles esperam a gente atender apenas cinco toques. Então eu espero também, só atendo no sexto. Se não há o sexto toque, é porque era telemarketing. Ou porque era alguém que não tinha assim tanta urgência em falar comigo. Dessa vez, houve o sexto toque. Eu atendi, era a Karina.
A Karina eu havia conhecido umas semanas antes, num hipermercado, num fim de tarde. Eu prefiro fazer compras de madrugada, hora em que não há chances de tropeçar em crianças endemoniadas pelos corredores e quando as filas nos caixas são bem menores. Eu odeio criança solta em supermercado. Acho que deveria ser obrigatório o uso de coleiras. Em alguns casos, focinheiras. Também odeio filas e quem puxa conversa comigo em filas. Quem puxa conversa comigo em fila de supermercado quase sempre são umas velhas desocupadas que querem comentar sobre uma promoção de xampu. Ou coisa bem pior. Dia desses esperava numa fila e um dos itens do meu carrinho era um pacote de cigarros. Uma velha de cara lavada, cabelo preso em coque e um saião que ia até o meio da canela me cutucou no ombro.
- A senhora precisa abandonar esse vício!
Como é que é, minha filha? Me conhece?
- A senhora não sabe o mal que se abriga nessa embalagem!
Tendo dito isso, abriu a bolsinha e tirou lá de dentro um papelzinho amarfanhado de propaganda de igreja. Segundo ela, eu deveria ir a um tal de culto da libertação. Eu pararia de fumar. E de beber. Eu me libertaria de tudo que é vício. Minha vida melhoraria absurdamente. Eu ficaria rica, saudável, feliz – e, provavelmente, linda como ela! Eu lá, desesperada porque a merda da fila não andava e a maldita da velha não parava de falar. Comecei a suar. Depois a tossir. Minha alergia a gente chata é implacável. E a velha continuava falando. Olhei bem pra ela, falei:
- A senhora pode passar na minha frente, que eu esqueci de pegar champanhe. Sexta-feira tenho que fazer um despacho e minha pomba-gira só aceita rosê!
Ficou lá parada, zoião arregalado. Diacho de gente insuportável! Não ficam contentes em fazer a religião lá entre eles, acham que têm que sair por aí perturbando os outros, arrumando mais clientes.
Mas eu estava falando da Karina. Eu tenho essa péssima mania de emendar um assunto no outro. Objetividade não é meu forte. Foi na fila do caixa, também, que eu conheci a Karina. Mas ela não cutucou meu ombro. Ela só achou engraçadas as caras que eu fazia, enquanto um velhinho à nossa frente se confundia durante a árdua tarefa de digitar a senha de quatro dígitos do cartão. Não sei que porra de modernidade é essa, dão cartão eletrônico pra esses pés-na-cova, olha no que dá! Isso eu não falei, eu só pensei. Mas a Karina deve ter captado telepaticamente, porque ela riu muito. Riu mais ainda quando, ao chegar minha vez, eu já fui dizendo: Não! Não! Dinheiro!
Eu não tenho paciência pra ouvir mocinha-treinada-para-trabalhar-no-caixa me fazendo aquelas mesmas perguntas, com aquela mesma voz molenga que todas elas têm:
- Nota fiscal pauliiiiiista?
- Cliente fidelidade da looooooja?
- Dinheiro ou cartããããão?
Um dia vão treinar uma foca pra fazer esse serviço e ninguém vai notar a diferença. Aliás, paciência também não é meu forte. Acredito que não seja difícil de notar. Eu só estava ali para comprar alguns itens de primeiríssima necessidade lá em casa – um pacote de Charm longo, um litro de Ballantine’s e um saco de 5 quilos de Whiskas, sabor salmão – e queria ir embora logo.
Paguei e entrei no elevador para o estacionamento. Não, eu não tenho carro, mas pretendia pedir fogo para um segurança com jeito de príncipe zulu no qual eu tinha batido os olhos num outro dia. Karina vinha saltitando nos scarpins logo atrás, pedindo pra segurar o elevador. Apenas dois pavimentos até o estacionamento. E não é que o desgraçado enguiça? Apagão no mercado todo e o elevador parou. Presos no elevador eu, o Ballantine´s, o Charm, o Whiskas – e a Karina. Ela insinuou um estado de pânico-mulherzinha, mas se acalmou quando me viu sentando no chão, tirando os sapatos, abrindo a garrafa e tomando um gole no gargalo. E acendendo um cigarro. E dizendo, docemente, as primeiras palavras dessa nossa amizade: PUTA QUE PARIU!
Durante os doze minutos que se seguiram (tempo que levaram para fazer a geringonça funcionar) trocamos palavras. O teor dessa conversa permanecerá em sigilo. Mas ela deve mesmo ter achado alguma graça em mim porque pediu meu telefone, dizendo que gostaria de voltar a conversar comigo. Bom, eu não tenho conhecido muita gente ultimamente e, desde que ela não fosse tentar me vender um purificador de água, eu não via nenhum problema.
Então naquela manhã, ela me ligou. Disse que queria minha participação em algo, me apresentar um projeto. Eu não entendo essa gente moderna, tudo o que inventam chamam de “projeto”. Parece que todos têm complexo de engenheiro.
Dei o endereço e dali a pouco lá estava ela. Falava pelos cotovelos.
- Stellinha, Stellinha! Você é perfeita para uma idéia que eu tive!
Sentamo-nos no sofá para conversar, acendi um cigarro, Tarcísio aninhou-se no meu colo. Tarcísio sempre procura meu colo quando me sento para ler ou só para meditar, entre um gole e uma tragada. Ele é muito carinhoso, daquele tipo de afeto que só os gatos sabem dar e que pouca gente entende. Ficou mais apegado a mim depois que Glória foi pro céu dos gatos. As pessoas não acreditam que ele tem vinte e cinco anos, gatos só vivem doze, quinze, mas ele tem vinte e cinco. Seu nome, claro, é uma homenagem ao maior de todos os galãs, daquele tempo em que os galãs tinham cara de homem e não de lagartixa, como esses de hoje. Montavam em cavalos bravos, falavam grosso e conquistavam suas amadas no braço, se necessário. Como Tarcísio, na primeira versão de Irmãos Coragem, em preto e branco, 1970.
Então a Karina falou entusiasmada do tal “projeto”, que ia ser assim e assado, que ia falar para e sobre as mulheres de hoje em dia, que blablablá e blablabá, que ia ter a participação de outra moça sen-sa-cio-nal lá de Florianópolis, que o blog isso, que o blog aquilo, e não-sei-mais-o-que e tal, que ela queria que eu participasse porque eu poderia dar um toque diferente, que eu tinha uma visão de mundo mais “ampla” (esse povo moderno adora uns eufemismos metidos a besta pra dizer que alguém é velho!) e isso e aquilo e blog pra cá, blog pra lá, blog, blog, blog.
Esperei ela terminar, acendi calmamente mais um cigarro, traguei, soltei a fumaça pela janela, fiz um carinho no Tarcísio, olhei bem pra ela e só fiz uma pergunta:
- Karina, o que é “blog”?
Ela tentou disfarçar a expressão de espanto, mas eu logo informei a ela que o contato mais íntimo que tive com computadores foi no tempo dos bingos (ah, que saudade!), quando havia aqueles terminais para jogar com várias cartelas.
Bom, ela me explicou o que era “blog” e jurou que muita gente ia ler, feito uma revista feminina semanal, só que sem papel. Eu DE-TES-TO revistas femininas! Abriu a maletinha que carregava e só então eu notei que se tratava de um desses computadorezinhos portáteis.
- Eu vou te mostrar o template que eu fiz! Eu gravei no pendrive! Ué, cadê o pendrive ... estava aqui, cadê?
Eu não sabia o que era template e nem o que era pendrive, mas quando ela me disse que uma dessas coisas, não sei exatamente qual delas, era um objeto pequeno, semi-cilíndrico e leve, eu me levantei e fui procurar por Paulo Salim.
Paulo Salim eu encontrei vagando sobre o Minhocão, há uns quatro ou cinco anos. Apesar da aparência de mendigo, todo esfolado, magro e faminto, tinha um ar arrogante de quem já foi gato de madame. E me deu trabalho, não queria sair de lá. Parecia mesmo que o Minhocão era dele. Mesmo assim, quando eu o trouxe para casa e cuidei dele, ainda não tinha um nome para lhe dar. Até que começaram a sumir coisas.
Peguei o canudinho debaixo da almofada de Paulo Salim e entreguei à Karina que me mostrou as figurinhas engraçadinhas na tela e continuou falando, falando e falando.
- Stellinha, você tem que escrever pro Mulherices!
Eu, Stella Benevides, após quatro casamentos, querendo uísque e sossego, vivendo com oito gatos e nenhum computador, escrever sobre “mulherices” com essas meninas cibernéticas?
Ah, me poupem!
Idéia absurda, me deu saudade das vendedoras de telemarketing.
Karina não aceitou uísque e nem ficar pra jantar. Quando saiu pela porta ainda falava entusiasmada. Para não decepcioná-la, falei que ia pensar no assunto.
Eu não ia pensar em nada!
Mas...
Naquela noite, quando terminou o Programa do Jô, começou um filme muito chato. Nos outros canais, programas de gente tirando capeta do corpo. Fiquei com medo de ver a velha do supermercado na TV. Desliguei. Meus felinos-filhos todos dormindo quietinhos. Fiquei andando pelo apartamento, copo e cigarro na mão. Matutei, matutei. Peguei a escada e encontrei no alto do guarda-roupas a minha velha Remington, portátil, igual ao computadorzinho da Karina. Tirei a poeira, achei umas folhas de sulfite. Sentei-me diante dela e pensei:
- Por que não?
Mulherices, sei. Conheço muitas.
Ok, vamos tentar.
A Karina eu havia conhecido umas semanas antes, num hipermercado, num fim de tarde. Eu prefiro fazer compras de madrugada, hora em que não há chances de tropeçar em crianças endemoniadas pelos corredores e quando as filas nos caixas são bem menores. Eu odeio criança solta em supermercado. Acho que deveria ser obrigatório o uso de coleiras. Em alguns casos, focinheiras. Também odeio filas e quem puxa conversa comigo em filas. Quem puxa conversa comigo em fila de supermercado quase sempre são umas velhas desocupadas que querem comentar sobre uma promoção de xampu. Ou coisa bem pior. Dia desses esperava numa fila e um dos itens do meu carrinho era um pacote de cigarros. Uma velha de cara lavada, cabelo preso em coque e um saião que ia até o meio da canela me cutucou no ombro.
- A senhora precisa abandonar esse vício!
Como é que é, minha filha? Me conhece?
- A senhora não sabe o mal que se abriga nessa embalagem!
Tendo dito isso, abriu a bolsinha e tirou lá de dentro um papelzinho amarfanhado de propaganda de igreja. Segundo ela, eu deveria ir a um tal de culto da libertação. Eu pararia de fumar. E de beber. Eu me libertaria de tudo que é vício. Minha vida melhoraria absurdamente. Eu ficaria rica, saudável, feliz – e, provavelmente, linda como ela! Eu lá, desesperada porque a merda da fila não andava e a maldita da velha não parava de falar. Comecei a suar. Depois a tossir. Minha alergia a gente chata é implacável. E a velha continuava falando. Olhei bem pra ela, falei:
- A senhora pode passar na minha frente, que eu esqueci de pegar champanhe. Sexta-feira tenho que fazer um despacho e minha pomba-gira só aceita rosê!
Ficou lá parada, zoião arregalado. Diacho de gente insuportável! Não ficam contentes em fazer a religião lá entre eles, acham que têm que sair por aí perturbando os outros, arrumando mais clientes.
Mas eu estava falando da Karina. Eu tenho essa péssima mania de emendar um assunto no outro. Objetividade não é meu forte. Foi na fila do caixa, também, que eu conheci a Karina. Mas ela não cutucou meu ombro. Ela só achou engraçadas as caras que eu fazia, enquanto um velhinho à nossa frente se confundia durante a árdua tarefa de digitar a senha de quatro dígitos do cartão. Não sei que porra de modernidade é essa, dão cartão eletrônico pra esses pés-na-cova, olha no que dá! Isso eu não falei, eu só pensei. Mas a Karina deve ter captado telepaticamente, porque ela riu muito. Riu mais ainda quando, ao chegar minha vez, eu já fui dizendo: Não! Não! Dinheiro!
Eu não tenho paciência pra ouvir mocinha-treinada-para-trabalhar-no-caixa me fazendo aquelas mesmas perguntas, com aquela mesma voz molenga que todas elas têm:
- Nota fiscal pauliiiiiista?
- Cliente fidelidade da looooooja?
- Dinheiro ou cartããããão?
Um dia vão treinar uma foca pra fazer esse serviço e ninguém vai notar a diferença. Aliás, paciência também não é meu forte. Acredito que não seja difícil de notar. Eu só estava ali para comprar alguns itens de primeiríssima necessidade lá em casa – um pacote de Charm longo, um litro de Ballantine’s e um saco de 5 quilos de Whiskas, sabor salmão – e queria ir embora logo.
Paguei e entrei no elevador para o estacionamento. Não, eu não tenho carro, mas pretendia pedir fogo para um segurança com jeito de príncipe zulu no qual eu tinha batido os olhos num outro dia. Karina vinha saltitando nos scarpins logo atrás, pedindo pra segurar o elevador. Apenas dois pavimentos até o estacionamento. E não é que o desgraçado enguiça? Apagão no mercado todo e o elevador parou. Presos no elevador eu, o Ballantine´s, o Charm, o Whiskas – e a Karina. Ela insinuou um estado de pânico-mulherzinha, mas se acalmou quando me viu sentando no chão, tirando os sapatos, abrindo a garrafa e tomando um gole no gargalo. E acendendo um cigarro. E dizendo, docemente, as primeiras palavras dessa nossa amizade: PUTA QUE PARIU!
Durante os doze minutos que se seguiram (tempo que levaram para fazer a geringonça funcionar) trocamos palavras. O teor dessa conversa permanecerá em sigilo. Mas ela deve mesmo ter achado alguma graça em mim porque pediu meu telefone, dizendo que gostaria de voltar a conversar comigo. Bom, eu não tenho conhecido muita gente ultimamente e, desde que ela não fosse tentar me vender um purificador de água, eu não via nenhum problema.
Então naquela manhã, ela me ligou. Disse que queria minha participação em algo, me apresentar um projeto. Eu não entendo essa gente moderna, tudo o que inventam chamam de “projeto”. Parece que todos têm complexo de engenheiro.
Dei o endereço e dali a pouco lá estava ela. Falava pelos cotovelos.
- Stellinha, Stellinha! Você é perfeita para uma idéia que eu tive!
Sentamo-nos no sofá para conversar, acendi um cigarro, Tarcísio aninhou-se no meu colo. Tarcísio sempre procura meu colo quando me sento para ler ou só para meditar, entre um gole e uma tragada. Ele é muito carinhoso, daquele tipo de afeto que só os gatos sabem dar e que pouca gente entende. Ficou mais apegado a mim depois que Glória foi pro céu dos gatos. As pessoas não acreditam que ele tem vinte e cinco anos, gatos só vivem doze, quinze, mas ele tem vinte e cinco. Seu nome, claro, é uma homenagem ao maior de todos os galãs, daquele tempo em que os galãs tinham cara de homem e não de lagartixa, como esses de hoje. Montavam em cavalos bravos, falavam grosso e conquistavam suas amadas no braço, se necessário. Como Tarcísio, na primeira versão de Irmãos Coragem, em preto e branco, 1970.
Então a Karina falou entusiasmada do tal “projeto”, que ia ser assim e assado, que ia falar para e sobre as mulheres de hoje em dia, que blablablá e blablabá, que ia ter a participação de outra moça sen-sa-cio-nal lá de Florianópolis, que o blog isso, que o blog aquilo, e não-sei-mais-o-que e tal, que ela queria que eu participasse porque eu poderia dar um toque diferente, que eu tinha uma visão de mundo mais “ampla” (esse povo moderno adora uns eufemismos metidos a besta pra dizer que alguém é velho!) e isso e aquilo e blog pra cá, blog pra lá, blog, blog, blog.
Esperei ela terminar, acendi calmamente mais um cigarro, traguei, soltei a fumaça pela janela, fiz um carinho no Tarcísio, olhei bem pra ela e só fiz uma pergunta:
- Karina, o que é “blog”?
Ela tentou disfarçar a expressão de espanto, mas eu logo informei a ela que o contato mais íntimo que tive com computadores foi no tempo dos bingos (ah, que saudade!), quando havia aqueles terminais para jogar com várias cartelas.
Bom, ela me explicou o que era “blog” e jurou que muita gente ia ler, feito uma revista feminina semanal, só que sem papel. Eu DE-TES-TO revistas femininas! Abriu a maletinha que carregava e só então eu notei que se tratava de um desses computadorezinhos portáteis.
- Eu vou te mostrar o template que eu fiz! Eu gravei no pendrive! Ué, cadê o pendrive ... estava aqui, cadê?
Eu não sabia o que era template e nem o que era pendrive, mas quando ela me disse que uma dessas coisas, não sei exatamente qual delas, era um objeto pequeno, semi-cilíndrico e leve, eu me levantei e fui procurar por Paulo Salim.
Paulo Salim eu encontrei vagando sobre o Minhocão, há uns quatro ou cinco anos. Apesar da aparência de mendigo, todo esfolado, magro e faminto, tinha um ar arrogante de quem já foi gato de madame. E me deu trabalho, não queria sair de lá. Parecia mesmo que o Minhocão era dele. Mesmo assim, quando eu o trouxe para casa e cuidei dele, ainda não tinha um nome para lhe dar. Até que começaram a sumir coisas.
Peguei o canudinho debaixo da almofada de Paulo Salim e entreguei à Karina que me mostrou as figurinhas engraçadinhas na tela e continuou falando, falando e falando.
- Stellinha, você tem que escrever pro Mulherices!
Eu, Stella Benevides, após quatro casamentos, querendo uísque e sossego, vivendo com oito gatos e nenhum computador, escrever sobre “mulherices” com essas meninas cibernéticas?
Ah, me poupem!
Idéia absurda, me deu saudade das vendedoras de telemarketing.
Karina não aceitou uísque e nem ficar pra jantar. Quando saiu pela porta ainda falava entusiasmada. Para não decepcioná-la, falei que ia pensar no assunto.
Eu não ia pensar em nada!
Mas...
Naquela noite, quando terminou o Programa do Jô, começou um filme muito chato. Nos outros canais, programas de gente tirando capeta do corpo. Fiquei com medo de ver a velha do supermercado na TV. Desliguei. Meus felinos-filhos todos dormindo quietinhos. Fiquei andando pelo apartamento, copo e cigarro na mão. Matutei, matutei. Peguei a escada e encontrei no alto do guarda-roupas a minha velha Remington, portátil, igual ao computadorzinho da Karina. Tirei a poeira, achei umas folhas de sulfite. Sentei-me diante dela e pensei:
- Por que não?
Mulherices, sei. Conheço muitas.
Ok, vamos tentar.
[datilografando]
Muito prazer, Stella Benevides.
Muito prazer, Stella Benevides.
Vinheta de abertura original da novela "Irmãos Coragem" (Rede Globo, 1970) - segundo Stella Benevides, uma novela do tempo em que os galãs tinham cara (e atitude) de homens.
hoaiuhaoiua
ResponderExcluirMuito, muito, muito engraçado o post!
Caramba, gostei do blog, gostei mesmo!
E, sim, pretendo acompanhar!
Um "Olá" para todas!
Voltarei, com certeza!
Seu blog ta bacana e bem organizado.
ResponderExcluirVou seguir você ^^
Se tiver un tempinho me siga tb.
Obraço e boa sorte
Boa estréia.
ResponderExcluirlegal o texto.
http://arthurmelo92.blogspot.com/
lol hauuahuhuaa ri alto aqui ta de parabens msm rsrs
ResponderExcluirMt bom msm !
ResponderExcluirsuper engraçadoooo!
parabens!
Adorei o texto!Muito bom!
ResponderExcluirRi aqui em algumas partes.Super bem escrito.
Primeira vez aqui e adorei, vou seguir o blog.ok?
www.teoria-do-playmobil.blogspot.com
hahaha. Interessante!
ResponderExcluiruhauha.
ResponderExcluiracho que sou um intruso por aqui ne..nem mulher e nem seguidor cotidiano..mas visitante.
bom texto, de qualquer jeito, seja bem vinda.
hehe
www.nos4.wordpress.com
www.alto--falante.blogpost.com
Hihi... Mto bom o texto...
ResponderExcluirO blog é todo perfeito...
Adorei o título, hihi...
Seguindo aqui!!
http://guardeparaosdiasdechuva.blogspot.com/
* ... música, política, celebridades ... *
Puts, que enorme esse texto!
ResponderExcluirLi até a metade e desisti, muito grande rs.
Já que não é uma loira e tal, do jeito que falei, não vou mais dar opinião sobre como ela é fisicamente, se não vou ser motivo de chacota nesse blog. rs.
Beijos.
Olá Stellaaaa!
ResponderExcluirrsrsrsrs
eu ri muuuuuuuuito com tudo que vc escreveu em sua estréia! se a intensão não era essa... perdoe... mas vc faz a gente rir e muito!!
E isso é ótimooo!
Parecia que eu estava me lendo! hahahaha
A história do cigarro... caixa de supermercado...telemarketing... etc etc .. tudo igual...!
Ahh!!
Nem me aprensentei, sou a Stela!
(o meu é com um "l" só, coisas de maman...)
Aliás... vc deve, como eu, ser do tempo em que vc ia a bailinhos, festas, mingaus dançantes e um jovem perguntava: "Qual seu nome?"
e vc, morrendo de medo de ouvir o que com certeza iria ouvir, respondia: Stela....
E era batata!
o jovem, se achando o máximo da originalidade, logo emendava: STELLLAAAAAAAAA EM QUE ESTRELA VC SE ESCONDEUUUUUU!!!!
Ái que ódio eu tinha dessa música!
Bom... pra variar, mudei o rumo da conversa e fui parar em 1970... rsrsrs
Resumindo: AMEI SEU TEXTO!!
Voltarei sempre!!
Parabens à Karina por ter te achado num supermercado! rsrsrsrs
Beijosssssssss
Stela
Gostei muito do seu blog,qualidade assim de texto com um pouco de comédia e o toque feminino não se vê todo dia.
ResponderExcluirVou ser seu leitor diário apartir de agora,obrigado por comentar lá no MEU BLOG:ZONARGS.
Parabéns,você realmente tem talento em postagens e com uma gramática refinada consegue qualquer leitor.
WWW.ZONARGS.TK
TUDO SOBRE CINEMA,SÉRIES AMERICANAS,POLÍTICA,VARIEDADE(CARROS).
ÚLTIMA POSTAGEM: "Os Carros mais Marcantes do Cinema Part2".
Que figura!! Adorei este post, com todo mistério envolvendo o lançamento e tals. Divertidíssimo! Parabéns!!
ResponderExcluirpost super engraçado muito legal :) adorei muitoo o blog parabéns :*
ResponderExcluirAdorei a teoria dos cinco toques do telemarketing. Definitvamente, não tenho paciencia!
ResponderExcluirMuiiito bom seu blog, bem organizado e muito bem escrito. Virei mais vezes aqui e também aguardo sua visita.
ResponderExcluirSucesso!
Blog nota 10 ^^
ResponderExcluirSua apresentação foi super grande mas foi legal.
Voltarei!
Abraços
Muito bom o texto. No começo axei q seria mais um daqueles textos enormes e chatos. Me enganei.
ResponderExcluirentão,Bem venda os clube dos blogueiros! e continue postando textos como esse. parabens!
Também sou novo na "blogosfera" entãi, se der, dá uma forcinha pro meu blog lah. visite ele!
http://www.ojuninhoblog.blogspot.com/
e comenth lah o q achou.
bjus e parabens!
AMEI ..kkkk
ResponderExcluirMto bom humor, sarcasmo, tiradas ótimas. O modo de "driblar " o telemarketing eu até já anotei .. E o gato "Paulo SAlim" .. sem palavras! Mto bom!
Quando crescer quero ser igual a vcs *o*
ResponderExcluirrs, bem vinda Estella !
Stella ,
ResponderExcluireu queria ter uma vó como você
FATO./
Eu ri com esse seu texto, e
poh vc nao existe cara !
E se existe, vc mais se parece com uma
personagem de novela ou cinema sei la.
Você é de mais
Karinaa parabens descobriu a America
descobrindo a tal da Stella.
Ela é de mais
vocês são de mais
Ta de parabens o blog ta maraaa <3
se animarem visitem la ok?
Que coisa loouca...sou meio contra..mas de boa
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirGostei do texto.
Interessante a forma que vocês se conheceram, foi bem obra do destino.
Seu gato Tarcísio tem a minha idade, impressionante um gato viver tanto.
Abraços
Ps: Minha vó é do tipo que puxa conversa em fila de supermercado. Bom, mas pelo menos ela não prega nenhuma religão, fica só avisando as pessoa quando tem promoção.
VALE ESCREVER UM LIVRO AQUI!
ResponderExcluirCaramba,valeu a pena ter vindo conferir , muito bom, super divertido... Que pessoa orignal essa Stela!
ResponderExcluircara, eu ri. hausassas. Escreve muito bem.
ResponderExcluirLegal o texto, adoro esse blog de todo coração! Datilografando - muito origoinal
ResponderExcluirhttp://cemiteriodaspalavrasperdidas.blogspot.com/
Eis um belo trabalho feito por estas belas mulheres!
ResponderExcluircreio que foi uma das maiores idéias vocês terem feito esse blog@!
Que texto agradável de ser lido, criativo e engraçado e não deixa de falar do dia-a-dia de todos nós.
ResponderExcluirMuito bom o blog...
ResponderExcluircontinue escrevendo... :)
uuuuauul ! voocês estãod e parabéns,' ;x~
ResponderExcluirquanta criatividade para um texto tão grande como esse, 'melhor, nem é criatividade é descrição neah !? ; ]
parabéns² pelo blog, agoora é só crescer mais neah!? ;] boa sorte !
muito bem escrito...a storia...e envolvente...so vou da uma dica...vc devia diminuir um poco o texto...falo isso pq meu blog tb e texto...e algumas pessoas reclamam...e otras nem leem...ate...
ResponderExcluirConfesso quando li o título do blog e o layout tive o preconceito idiota de que o blog falaria de coisas feminas como maquiagem, roupa e bla bla. E pensei em até desistir de ler o texto ao ver o tamanho ele. Mas seria uma pena se eu não lesse. Eu simplesmente adorei, você escreve muito, tem um jeito particular de se comunicar. Concordo em relação aos fedelhos de supermercado e as velhas chatas que ficam oferecendo panfletos para você se converter, e amei a sua resposta. Achei que pegou pesado em relação a terceira idade ( cuidado com o Estatuto do idoso). É isso gostei, vou começar a acompanhar, tem vida inteligente na madrugada nos blogs.
ResponderExcluirMeninas, a ideia do blog é boa, gostei do título, mas o post está grande demais pra se ler às três da manhã, porém não vou dar conselhos ou palpites, pois se acaso não quiserem mudar isso... cada um tem seu estilo, e isso deve ser respeitado.
ResponderExcluirbjs e obrigada pela visita nos deleites
DÁ ÉPOCA ESSA NOVELA ;P
ResponderExcluirGostei do humor sarcástico...rs E esse video aí é uma reliquia, hem?
ResponderExcluirJesus!
ResponderExcluirAchei que não ia acabar nunca. Ainda mais que eu fiquei preso na 'nota fiscal pauliiiista', que é a frase que mais me irrita aqui em SP.
Não sei o que é pior, se isso ou o "cpf na noooota". Ui ui que saudade da minha terra amada.
Beijos!
Gabriel.
Oh, uma bosta esse blog!
ResponderExcluirSó vou fazer questão de seguir porque sempre fui aberta à experimentação de novas drogas, e "droga" é a mais singela definição que encontro pra blogs estilo "mamãe, quero ser escritora!".
Quanto à mais nova "colaboradora", confesso que achei muito digna a iniciativa da Karina de dar alguma coisa pra fazer à uma velha-coroca-resmungona-e-ranzinza-criadora-de-gatos-lambedores-dos-próprios-genitais (ô animaizinhos nojentos os gatos, não?). Antes isso que deixar essa "jovem-senhora" solta por aí sem ter o que fazer e topar com ela na fila do supermercado.
hahahahahahahaha, sinto que serei assim...
ResponderExcluirPrimeira vez aqui, e tenho certeza que voltarei mais vezes.
Adorei!
Beijos
ah, que texto ótimo! adorei, super criativo. :) continue a datilografar!
ResponderExcluirSinceramente, eu pagaria um vinho para qualquer um que me pudesse apresentar a voce! Você tem um genio forte ( eu curto isso! ), apesar de detestar quando sou a vitima! Adorei o começo do seu blog, incrivel o modo que escreve!
ResponderExcluirParabens!Aliás, estou colocando voce nos favoritos, adoro ler teus textos.
olha ai, a força da mulher nos blogs, parabéns pelo blog, o texto também é muito gostoso de ser lido.
ResponderExcluir"Porque meiga é a hello kitty" EURI. asuhashuss
;]
Mas que blog legal, pensei que iria perder meu tempo lendo para depois comentar, mas não!
ResponderExcluirPost muito bom!
Parabéns pelo blog. visitarei mais vezes vocês.
Muito bom o blog, ri muito, continuem assim!
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Mulherice na cabeça!
ResponderExcluirabç
Pobre Esponja
Valeu a pena ter chagado ao fim do texto adorei o humor ácido
ResponderExcluirNão, to bem vivo rsrsrs...
ResponderExcluirE Retribuindo a visita, obrigado por passar no TEORIA DO PLAYMOBIL (:
Volte sempre que quiser!
www.teoria-do-playmobil.blogspot.com
Hahahaha
ResponderExcluirTenho motivos para pensar que a Stella não é uma loura de corpo violão, e sim um sujeito chato e rabugento que odeia baladas...
Pior que criança "solta" em supermercados, é criança solta em restaurante, em festa de adultos, enfim, criança solta em qualquer lugar é o fim...melhor matar tudo.
Simplesmente PERFEITO!
ResponderExcluirLembra muito uma autora que eu amo, Marian Keyes. Pretendo seguir seu blog! Sucesso! ^^
www.descargapublica.blogspot.com
posso ser desses abominações que lhe perturbam, mas é muito facil se livra de oeprador de telemarketing se for cartao de credito so dizer que está nome sujo, ou se ligarem falndo por gentileza quem eu falo é pq pode abordar qualquer um que atender e voce deve perguntar com quem vc quer falar. e se a mesma empresa ligar varias vezes por dia é pq ele nao tem lista de clientes novas para ligarem. Esse mla moderno é responsavel por mais de um milhão de postos de trabalho em nosso
ResponderExcluirse pah passa espia o meu
O PRAZER É NOSSO!
ResponderExcluirJesus! tem certeza que isso é um post, olha o tamanho disso?? Kkk mais gostei do jeito que você impões as palavras. Muito bom o blog!
ResponderExcluirBjosss
mais uma vez, parabéns pelo blog, sucesso pra vocês.
ResponderExcluirbeijão
O tamanho do post já e típico de "mulherice"?
ResponderExcluirQuando começa a falar não para....kkkkk
gostei da história de como o Mulherices
http://superblogueiros.blogspot.com
(Divulgação grátis para blog)
Sabe aqueles textos que dá vontade de "fazer virar novela"?
ResponderExcluirA cena do supermercado seria ótima!
Também adoro cigarros, gatos e champanhe...na ordem que quiser!
E sou completamente apaixonada por senso de humor!
Oiiiiii lindo o seu blog
ResponderExcluirvou voltar com mais tempo para poder ler tudinho!!
obrigada por visitar meu blog
mega beijo
How is Stella???
ResponderExcluirlol
nice blog
Só para avisar, na votação do BobbaNauta, (O que ela disse?) você's deu (deram) uma sugestão do que ela poderia ter falado, e foi selecionado para capa... Então redirecionamos sua frase para seu blog, continue participando !
ResponderExcluiratualizem.. atualizem
ResponderExcluir\o/
Perguntinha básica e que não quer calar: Essa Stella é da família Pegrucci ou será que é o próprio escorpião usando saias e nenhuma maquiagem? rs
ResponderExcluirOps!!! Vou fingir que qualquer semelhança é mera coincidência.
otexto e bom..tem conteudo..a storia e boa...mas e muito grande rsrsrs....pq vc não devide por capitulos...eu tb tenho um blog de textos e quando sai grande duvido em partes....ate
ResponderExcluirAdorei o Paulo Salim!!!!
ResponderExcluirTe amo!!!
ResponderExcluirVamos tomar uma juntas?
Fumar muito.
Tenho 3 gatos, Millo José, Arafat e Mahmud.
Prazer
Maristela Murad
Nossa...
ResponderExcluirRi demais...
Muito bom...
to virando fã